Hoje, 260 anos da morte de Sepé Tiaraju!
Em comemoração a esta data reproduzo o seguinte texto que pronunciei no 1ºEMICULT- Encontro Missioneiro de Estudos Interdisciplinares em Cultura – da UNIPAMPA (Universidade Federal do PAMPA) Campus São Borja, que fez arrepiar os historiadores sérios.
Foi um"Golpe de Peito" Um "Peitaço!"
Fui no evento a convite da profª
Sônia Bressan Vieira, URI-(Universidade
Regional Integrada) Campus São
Luiz Gonzaga.
Falei sobre o estilo artístico criado para Exaltar
e Reivindicar o
Esplendor de Outrora das Missões!
Aproveitei e lancei a "Grande
Teoria"!
O motivo verdadeiro da assinatura do
Tratado de Madrid que devastou todos
as as Missões Orientais Jesuítica/Guarany.
Leia se tiver coragem:
E saiba o que dizer, quando alguém te perguntar na rua:
"Escuta fulano: Quem matou Sepé??"
"REALISMO MISSIONEIRO"
A Arte produzida hoje nas Missões
Estilo artístico audaciosamente criado para Exaltar e
Reivindicar o esplendor da região histórica das Missões, atual Noroeste do Rio
Grande do Sul, Brasil.
A formação das reduções Jesuítico/Guarany e seus 30 povos
espalhados pelo Paraguai, Argentina e Brasil, constituem uma das experiências
sociais mais interessantes da humanidade.
A união entre a disciplina sábia dos Jesuítas com a mística
Busca da Terra sem Males dos Guaranis produziu um resultado fantástico até
então não imaginado: O Socialismo Cristão.
A região denominada Sete Povos das Missões, pertencentes ao
lado oriental do rio Uruguai, onde hoje se localiza a região Noroeste do Rio
Grande do Sul, foi o capítulo mais marcante dessa história.
As Missões do lado de cá do rio Uruguai, as Missões
Orientais, foram diferentes das demais...
Devido a sua proximidade com o império português, foi
instável e conturbada durante sua existência.
Foi sempre frente de batalha! Ponta de lança afiada!
As constantes defesas diante aos Bandeirantes provocaram
mudanças nos habitantes orientais, diferenciando dos Missioneiros do lado
ocidental do rio que vivia em paz.
A sensação de conflito exigia eterna
vigília, a tensão forçada diferenciou um dos outros pela dor...
Essa diferença ficou mais evidente com a notícia do absurdo Tratado
de Madrid, foi decretado o fim da relativa paz conquistada com o triunfo na
batalha de M’Bororé.
A decisão missioneira em confrontar a Comissão Demarcatória
(responsável pela demarcação da nova fronteira entre Portugal e Espanha) deu
início aos anos tensos e sofridos.
Esse sofrimento, imposto aos habitantes das Missões
Orientais foi moldando características próprias transformando religiosos em
guerreiros.
Saíram os Missioneiros em defesa não de teorias ou
congregações, mas sim dos seus lares. Nesses momentos é que surgem os líderes e
conseqüentemente os heróis.
O massacre de Caiboaté, três dias após a morte do líder Sepé
Tiaraju, foi mais uma traição; na ilusão de última tentativa de diálogo os
Missioneiros foram silenciados pela espada afiada dos exércitos mais poderosos
da época, de Portugal e de Espanha.
Morreu Sepé e os demais sem saberem o real motivo do vil Tratado
de Madrid!
Foram expulsos todos os Jesuítas também sem saberem; mas com
o passar do tempo e da distância foram desconfiando...
Quem era os verdadeiros inimigos? Os portugueses ou os
espanhóis? Ou quem mais?
O motivo de tanto sofrimento imposto às Missões era obscuro,
hoje é cristalino!
Sua explicação faz-se necessária para compreendermos as
conseqüências até hoje da aniquilação absurda do Esplendor das Missões, no seu
período de ouro, de prosperidade.
A Grande Traição a
qual denomino é referente ao motivo Verdadeiro do Tratado de Madrid.
Um motivo secreto guardado a sete chaves.
A Grande Traição não veio dos reis de Portugal e Espanha e
sua “troca de terrenos” (entre Colônia do Sacramento e os Sete Povos das
Missões Orientais), mas sim de mãos sinistras por detrás dos anéis dos
soberanos, mãos ditas “sagradas” dos co-irmãos dos Jesuítas.
“Irmãos” que temiam não apenas uma nova nação próspera, resultante
do êxito das Reduções, mas sim uma Nova
Religião Cristã, desvinculada de Roma. Organizada e poderosa!
As Reduções pagaram um preço alto pelo resultado positivo.
A
concretização da “Terra Sem Males” despertou invejas e temores.
O Triunfo da Humanidade
foi massacrado e soterrado.
Entre M’Bororé e Caiboaté muita coisa ficou impregnada nesta
terra.
As marcas desta história permanecem até hoje. Interferindo
diretamente na formação dos atuais habitantes deste solo.
Em cada pedra, em cada canto, vibra esse “sentir
inexplicável”. Não é necessário ser muito sensitivo, nem ter nascido nas
Missões para senti-la, é uma característica do local, incorporada e defendida
pelos que nela moram.
O Missioneiro tal quais os Florentinos, sente ser herdeiro
de algo grandioso e pede com energia para ser ouvido, pois tem muito que falar
e sabe que é urgente falar.
É função primordial de qualquer artista traduzir esse “sentir”
na forma da sua Arte. Fazendo da Arte uma ponte com o passado e uma janela para
o futuro.
Por isso a existência do estilo artístico Realismo Missioneiro e seu lema:
“Exaltar
e Reivindicar o Esplendor das Missões”.
Para rasgarmos o véu de sonolência que nos cobre há anos!
Setembro de 2015
Vinícius Ribeiro
escultor.
Abaixo um poema sobre esse tema:
“Muito mais que simples Reduções”
Do esplendor, nem ruínas!
Das ruínas, nem pó!
Tudo destruído,
Tudo soterrado,
e muito bem esquecido.
Na grande, rica mesa,
onde assinaram o tratado,
mãos sutis, mentes ardis,
(quase, quase despercebidas)
coordenavam com maestria
as mãozinhas dos soberanos.
Os motivos verdadeiros
como sempre ocultados.
Realeza trocando terreno??
Ciumeira entre os “sagrados”!?
Medo, terror, assombro!
da terra sem males vivenciada
e sua audaciosa “pretensão celeste”
Que lentamente, concorrendo,
atormentava!
“Caminhando e compactando!
Bases profundas de algo grandioso
Aos poucos, vamos soterrando... ”
Vinícius Ribeiro
17 de fevereiro de 2007