Translate

domingo, 20 de maio de 2012

Justiça aos Lanceiros Negros


Desde 2006 tenho em mente a realização de homenagem aos Lanceiros Negros, guerreiros esquecidos pela história rio-grandense. 
Fiz a primeira versão desta homenagem chamada: JUSTIÇA AOS LANCEIROS NEGROS,  na 2ª Mostra do Atelier de Artes Los Libres. Na época era uma estatueta representando um lanceiro com as mãos para trás acorrentadas e sem lança. Pertence hoje ao Sr. Fernando Mazza, amigo de Santa Maria-RS.
Esta versão definitiva(aqui ao lado) o Lanceiro está com a lança firme e desta vez ninguém conseguirá tirar de suas mãos...

Quem foram os Lanceiros Negros?
Sob a promessa de serem Livres, lutaram na defesa dos Caudilhos Coronéis, na Guerra dos Farrapos. 
A grande maioria dos gaúchos que lutaram na revolução/guerra Farroupilha desconheciam os motivos da luta, apenas seguiam seus chefes; os Lanceiros Negros sabiam por que lutavam e morreram em busca da sonhada Liberdade.
Triste fim o dos Negros Lanceiros!
Não se pode mudar a história, apagar fatos evitando manchar vultos, hoje heróicos e que na época não tanto...
A espada continua cravada nas costas de cada Lanceiro morto em Porongos.


 




Quando cheguei para reunião com Senador Paulo Paim, em dezembro passado no seu gabinete em Canoas/RS, para falar sobre esse tema, encontrei eco em tudo o que penso e sinto sobre os Lanceiros.















Ao lhe mostrar a maquete, ao explanar sobre os quase dois séculos de esquecimento que a história do Rio Grande continua "presenteando" a esses bravos, vi e senti que nós dois nos emocionávamos.
É dessa maneira que as grandes obras surgem: quando nos emocionam!


Perguntei:
 "Senador, diga um nome de um Lanceiro?? 
   Um líder negro farroupilha??
   Foram todos esquecidos!!
   E por quantos séculos mais serão soterrados??"

E ele responde ou ao menos tenta, devido à emoção, recitando seu belo poema:Negros Lanceiros(vide ao lado).

Como ele bem escreveu na dedicatória do seu livro, sobre nosso encontro:  "um encontro de Lanceiro para Lanceiro".


Faltou na nossa reunião, a presença do ex-Gov. Olívio Dutra, outro defensor desta idéia,que no dia não pode estar presente. 

Clique aqui e veja o pronunciamento do Senador, na tribuna do Senado Federal, sobre a homenagem aos Lanceiros Negros:
 http://www.senadorpaim.com.br/verDiscurso.php?id=2098

Clique aqui e vejas as fotos da reunião:
 http://www.senadorpaim.com.br/galeria-fotos.php?id=110





  
Veja e escute a bela interpretação do saudoso César Passarinho na imortal canção: Negro de 35. Fala muito sobre o tema desta postagem. Esse video foi publicado no Youtube pelo SrRichter1994






 Para saber mais sobre os Lanceiros Negros, clique aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lanceiros_Negros

Para saber sobre a Revolução e Guerra Farroupilha, clique aqui:
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Farroupilha






quinta-feira, 17 de maio de 2012

As Origens do registro de nascimento do PAJADOR


História das nossas raizes gauchescas.

Visitando ao Instituto Histórico e Geográfico São-luizense, solucionei uma dúvida que eu tinha há muito tempo: sobre o registro do nascimento do pajador Jayme Caetano Braun.
Desde criança sabia que o registro havia sido feito pelo meu avô: Anajande Ramos Ribeiro (padrinho do Jayme e primo da sua mãe Dona Euclides Ramos Caetano) e confirmei oficialmente após receber original do registro do nascimento do Jayme, enviado gentilmente pelos amigos do cartório de Bossoroca(vide foto ao lado).

Acontece que continuei com a dúvida: 
Onde ocorreu o registro se não havia a cidade de Bossoroca na época??
Em 1924, data do nascimento do poeta gaúcho Jayme Caetano Braun, nem se sonhava na criação de município, o local era chamado apenas de 3º Distrito de São Luiz Gonzaga. Somente em 26 de Fevereiro de 1938 é que a localidade recebeu o nome inicial de Vila Igrejinha. Na ata da fundação da vila, colocada dentro de uma garrafa na pedra fundamental, consta o nome Vila Igrejinha.
O nome Igrejinha foi devido à morte de João Fabricio da Silva, que numa rodada do cavalo caiu sobre sua faca desembainhada, morrendo espetado. Seu pai, o Sr. José Fabricio da Silva mandou construir uma capelinha em sua homenagem. Naturalmente o local passou a ser conhecido como: Igrejinha.
Mais tarde alguns moradores solicitaram a mudança do nome para Bossoroca.(Essas importantes informações consegui do excelente livro História e Memórias de Bossoroca, do Sr. Valeriano Cruz). Vide foto da capa do livro!

Não entendia como e onde ocorriam os registros naquele distrito!

Conversando com a Presidente de Honra daquela importante instituição (São Luiz Gonzaga é uma das poucas cidades do estado que possui um IHG) Srª Anna Olívia do Nascimento, profª de história da Universidade Regional Integrada (URI-SLG), fiz a pergunta que me acompanhava a tempos: perguntei-lhe como eram feitos os registros de nascimento na Timbaúva(local onde nasceu o poeta JCB)?
Grande surpresa saber que eram feitos pelo bisavô da própria profª Anna, Sr. João Luiz Nascimento, Coronel da Guarda Nacional.
Na fazenda do Coronel João Luiz do Nascimento é que as pessoas daquela localidade se dirigiam para efetuarem os registros de nascimento, casamento e morte, ele era a autoridade responsável por isso. Lembro que minha avó Vidalvina Antunes Ribeiro falava do Cel. João Luiz do Nascimento... Ele era uma figura quase lendária. Símbolo de uma época de grandes homens.
Para lá se dirigiu meu avô, no seu cavalo Pimenta(vide foto) em 07 de Fevereiro de 1924. Foi a pedido do amigo Sr. João Aloysio Braun, pai da criança Jayme Guilherme Caetano Braun.
Com esse mesmo cavalo, meu avô havia buscado a parteira: Dona Antônia na véspera do nascimento do menino.
A parteira Dona Antônia! 
Este foi o verdadeiro motivo da ida do casal João Aloysio e Euclides saírem de sua residência na cidade de São Luiz Gonzaga(esquina da Praça Cícero Cavalheiro) e se dirigirem até a fazenda do Sr. Anibal Caetano(pai da Dona Euclides). 
Eles foram em dezembro de 1923, período de férias escolares do professor João Aloysio e aguardaram até o momento natural do nascimento. 
Naquela época, a gestante que tinha uma boa parteira ao seu lado era garantia de tranqüilidade e confiança.Dona Antônia era famosa e querida por todos.

Mas voltando sobre o registro do nascimento!
Após o registro feito junto ao Coronel João Luiz do Nascimento, cópias dos seus arquivos eram repassadas para o cartório geral de São Luiz Gonzaga.
Nos registros dos nascidos naquela localidade, até 1965(data da fundação da cidade de Bossoroca) constava: nascido no 3º distrito de São Luiz Gonzaga.
Após 1965 todos registros novos e 2ª vias constam como: nascido em Bossoroca.
Isso aconteceu com meu pai que em 1940 nasceu na Timbaúva e foi registrado na então Vila de Bossoroca(a cidade foi fundada em 12 de Outubro de 1965). Nos registros dele constava ter nascido no 3º distrito de São Luiz Gonzaga e após 1965, ao solicitar originais do seu registro, constava apenas: Bossoroca.




 Quer ler a biografia que fiz sobre o poeta Jayme Caetano Braun? Então clique aqui e aproveite:


 http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2008/05/breve-histrico-de-jayme-caetano-braun.html





terça-feira, 1 de maio de 2012

Um CARINGI não catalogado

  Estive, semana passada, em Alegrete-RS.
A trabalho; em reuniões sobre a grande obra que inauguraremos em 19 de setembro de 2012, chamada: "RUY RAMOS o Tribuno do Rio Grande".

Caminhando pela belíssima praça central, fotografando e admirando seus preciosos monumentos e esculturas, deparei-me com uma obra encantadora.

Algo nela chamou minha atenção.

Um brilho próprio, que vêm dos grandes mestres...

Dito e feito!

Quando li o nome do autor foi grande minha alegria:
Antonio Caringi!

O mestre do Laçador e de tantas outras obras.


 
Acredito que a surpresa não foi somente minha, pois daqueles com quem conversei, ninguém sabia da autoria da obra...
A obra é conhecida e querida por todos Alegretenses como "Monumento às Mães".
Representa a mãe carinhosa e protetora amparando o filho nos seus primeiros passos.
Essa obra tem um valor sentimental imenso para a comunidade(observei isso); a partir de agora, de acordo com o dinâmico prefeito Erasmo Guterres da Silva,  passará também a ter um valor TURÍSTICO/CULTURAL.
São poucas as praças que possuem símbolos escultóricos dessa magnitude.
Alegrete ao divulgar essa obra como autoria do mestre Caringi, transformará ela em excelente atrativo turístico!
Estará repartindo uma das coisas que mais nobre podemos repartir: CULTURA.
Parabéns ao município pelas suas várias obras de artes espalhadas pela cidade.


                

















Obs: Veja os detalhes da aliança da mão esquerda e o brinco.