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terça-feira, 31 de julho de 2012

O Tribuno da Legalidade


A histórica defesa da Legalidade em fins de agosto de 1961 movimentou o Rio Grande do Sul e o país.
A renúncia do então presidente Jânio Quadros naqueles dias de Guerra Fria (USA x URSS) até hoje esconde algo...
Fidel Castro, poucos meses antes da renúncia de Jânio, havia proclamado Cuba como república socialista.
No dia 08 de agosto Fidel envia seu braço direito ministro Che Guevara a Punta del Leste Uruguai, para defender a criação da nova república na reunião da OEA(Organização dos Estados Americanos). Obviamente que os EUA foram contra esse novo governo cubano/soviético.
Em 20 de agosto Jânio condecora Che Guevara com a Grã Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (mais alta condecoração que o presidente brasileiro atribui a personalidades estrangeiras). Essa proximidade do governo brasileiro com Cuba preocupava aos americanos...
Esse episódio da condecoração foi decisivo para o então governador da Guanabara Carlos Lacerda (aquele famoso "pedra no sapato" do Getúlio) ir  para a televisão, denunciar que Jânio o havia convidado para dar um golpe de estado e instalar suposto governo autoritário.
No outro dia ocorre a renúncia de Jânio.
Jânio havia enviado seu Vice: Jango Goulart, em visita a China comunista; nos seus "planos" Jânio calculava que o congresso não iria apoiar a presidência nas mãos do gaúcho Jango... Em seus cálculos, acreditava que o medo da força de Getúlio Vargas retornar ao poder, faria o congresso recusar a sua renúncia e não teria outra saída do que dar a ele: poderes ditatoriais.
Jânio Quadros armou, jogou e errou. 
A caserna, alerta, impôs sua força!

O Congresso descartou logo Jânio e focou a atenção na situação do seu vice João Goulart (Jango).
O Congresso pegou fogo, com debates acalorados. 
Uns pouquíssimos defendiam a Legalidade da Constituição, onde naturalmente deveria assumir o vice-presidente, mas a grande maioria concordava com a intervenção militar, pois era gritante o medo do afilhado de Getúlio Vargas e suposto comunista "comedor de criancinhas" governar a nação. 
Na volta da China, Jango Goulart teve que mudar sua rota, pois corria risco: voou da China para o Uruguai. Era arriscado chegar pela porta da frente naquela situação. Enquanto voava, retornando, dois galos em solo firme,  defendiam o direito da Legalidade: Leonel Brizola no governo do Rio Grande do Sul e Ruy Ramos na tribuna do Congresso.
Dias difíceis aqueles...
A mobilização do Rio Grande do Sul, organizada pelo seu comandante Gov. Leonel Brizola, foi impressionante e emocionante...
Quando a causa é nobre, não é difícil a mobilização do Rio Grande em defender seus direitos.
A batalha de Ruy Ramos no Congresso foi solitária e dura.
A cada palavra sua de luz em respeito da Ordem da Constituição, recebia críticas, ironias e ameaças.
Escutei seus discursos inflamados e senti que ele estava sem abrigo e sozinho.
 

Agora a cidade de Alegrete, juntamente com sua filha Cosete Ramos, pretende eternizar sua figura.
Cabe a mim a nobre tarefa de retratá-lo em plena defesa da Lei e da Ordem.
O que muito me honra, pois além de admirador sou seu parente por parte de meu avô paterno: Anajande Ramos Ribeiro, que era seu primo/irmão.
A escultura que estou construindo, será inaugurada no dia 19 de setembro de 2012, na sua cidade do coração Alegrete, véspera do dia do Gaúcho e também de seu falecimento. 




Espero estar à altura desse "Tribuno Imponente", adjetivo dado por seu primo e afilhado político: Jayme Caetano Braun.


Veja abaixo a poesia feita por Jayme, para a primeira campanha política a deputado federal, em 1950: "O Mouro do Alegrete"

Poema do Jayme: Mouro do Alegrete
foto cortesia sr. José Morais




Esboço Parlamentar, propostas de Ruy Ramos. Assinado para seu amigo sr. José Morais. Cortesia: José Morais.





Ruy(esquerda) e seu irmão mais velho: Danton Ramos.





Ruy Ramos, no movimento
da tomada ao poder de Getúlio Vargas.
Foto retirada do livro Perfis Parlamentares 40
(Câmara dos Deputados)


Sogro de Ruy Ramos, cel. Elpídio Martins(a direita), também esteve na revolução de 30, na tomada do poder por Getúlio Vargas.





Ruy Ramos e presidente Juscelino Kubitschek ao qual tinha profundos laços de amizade.

dep. federal Ruy Ramos- Chefe da Delegação Brasileira
na 7ª Sessão Conferência da FAO(Organização das Nações Unidas para
alimentação e agricultura) Roma-Itália-1954

Ruy Ramos na tribuna, discursando com veemência, marca característica sua.



Ruy Ramos era orador exímio, sintetizava suas ideias em discursos objetivos, sabia como poucos passar a sua mensagem onde quer que fosse, era poeta, como quase todos da família Ramos(de onde se originou também a veia poética de seu primo Jayme Caetano Braun).
Nasceu perto dos banhados de São Donato, município de Itaqui-RS, fronteira com Argentina. Em 08 de setembro de 1909. Foi batizado com esse nome, pelo seu pai Laurindo Ramos, em homenagem a Ruy Barbosa.
Faleceu junto com sua amada esposa Nehyta Marins Martins(esposa, companheira, crítica e conselheira, andou lado a lado com ele) em trágico acidente aéreo em 21 de setembro de 1962(em plena campanha política) na localidade de Sertão de Santana, Guaíba-RS, com o avião chocando-se em um cerro.

Ruy e Nheyta em campanha no Alegrete-RS, poucos dias antes da tragédia...


Para saber mais sobre Ruy Ramos e o seu pai: Laurindo Ramos(o primeiro poeta da família Ramos a publicar livro de poesia,1926) clique abaixo:
https://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2008/12/um-dos-inspiradores-de-jayme-caetano.html



Para escutar os discursos históricos de Ruy Ramos, feitos na época braba da luta pela Legalidade e saber algo mais sobre a vida dele, clique aqui:
 http://www.ruiramos.com.br/v1/


Quer saber mais sobre a Legalidade e seus quase 51 anos?? Clique aqui nesse ótimo blog:
  http://legalidade50anos.blogspot.com.br/p/legalidade-50-anos.html













Para visualizar as fotos em tamanho maior, clique com lado direito do mouse e abra em nova aba.























domingo, 8 de julho de 2012

Treze Anos morrendo

A Arte de Jayme Caetano Braun permanece viva!
Suportando esquecimentos, pouco caso e desafetos.
As palavras do grande mestre, organizadas em versos que encantaram ontem, continuam emocionando muitos...
Amanhã talvez sejamos poucos os guardiões das raizes verdadeiras e o medo delas serem desconhecidas dos mais novos continua crescente...
Como explicar o fato da arte de Jayme Caetano Braun ainda não ter um memorial no centro de São Luiz Gonzaga, com acesso de sua obra a todos sedentos de cultura?
E em Porto Alegre o que foi feito para dignamente mostrar a cultura desse tronco Riograndense??
Como explicar o abandono do Monumento ao Pajador, feito por milhares de mãos amigas em São Luiz Gonzaga?
Quanto a isso, todos continuamos na espera da tão sonhada Praça ao redor do monumento.
Praça que foi bem propagada e muuito bem divulgada. 
Tenho muito que aprender sobre divulgação, com nossos irmãos políticos...

Que é necessário fazermos para que ela seja inaugurada?
Nesse ritmo será provável que a verba volte aos cofres do governo federal e a cidade perca um local de lazer agradável que somente as praças podem proporcionar.

Nos treze anos da morte do poeta e pajador Jayme Caetano Braun, posto as lindas fotos da competente fotógrafa Laura Lídia Rosa. Uma artista.
Visite o site dela:
http://lauralidiarosa.blogspot.com.br/











Quer saber mais sobre o Monumento e a vida de Jayme Caetano Braun, quem foi e o que fez pela nossa cultura riograndense? Clique aqui:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com.br/2007/09/blog-post_7622.html