Se não contares tua história,
outros contarão por ti!
Resolvi então, contar a minha com Sepé Tiaraju!
Faço por obrigação, como registro profissional e por medo que outros distorçam ou escondam as diversas ações em prol de Sepé Tiaraju que realizamos em São Luiz Gonzaga, RS.
Resumo desta postagem:
-Como foi criada a escultura do Sepé em São Luiz Gonzaga e seus vários modelos anteriores.
-A luta para nomear o prédio da Prefeitura SLG de: "Paço Sepé Tiaraju"
-A reativação da Comenda Sepé Tiaraju em SLG.
-A novela sobre pórtico Sepé para trevo principal de São Luiz Gonzaga.
Fiz a escultura em homenagem a Sepé Tiaraju em 2006 e até hoje tenho que provar que fui eu...
Além de ser colocado em dúvida, tive esse trabalho "plágiado" várias vezes. Veja no final desta postagem os casos de plágio e "homenagens".
Essa escultura dei o nome :"Sepé Tiaraju São-luizense e Missioneiro" encontra-se atualmente em frente ao prédio da prefeitura de São Luiz Gonzaga, região das Missões do Rio Grande do Sul, Brasil.
Prédio prefeitura São Luiz Gonzaga "Paço Municipal Sepé Tiaraju" Foto: Larissa Dorneles |
Foto: Larissa Dorneles |
COMO TUDO COMEÇOU:
1º) O primeiro modelo de Sepé que fiz para São Luiz Gonzaga, foi em janeiro de 2002
Em dezembro de 2001, o prefeito da época sr. Jauri Gomes de Oliveira, através do secretário Nivaldo Amaral solicitou ao Centro de Criatividade São-luizense um artista que pudesse fazer maquete do Sepé Tiaraju, pois almejava realizar um pórtico na entrada principal da cidade com as estátuas do Sepé de um lado e a do Jayme Caetano Braun no outro! Soube mais tarde que haviam entrado em contato com um escultor renomado, porém disseram que o valor era exorbitante.
A pedido da presidente do Centro de Criatividades São-Luizense, saudosa sra. Néli Bremm, realizei os primeiros rascunhos para a maquete do futuro pórtico. Veja abaixo.
Desses rascunhos, realizei a primeira versão, aqui abaixo, reconheço que ficou estilizada demais, muito "futurista".
Primeira versão para o pórtico janeiro 2002: 52 cm altura x 13 cm largura, realmente ficou muito estilizada. |
A administração achou bonita(foram educados), porém queriam algo mais rústico, mais "pé no chão". Então passei para o segundo modelo:
2º) O segundo modelo de Sepé que fiz, foi em fevereiro 2002:
Fiz imediatamente uma segunda versão, confesso que ficou "exageradamente rústica", vide abaixo...
2ª Versão para o pórtico, fevereiro de 2002: foto Clio Luconi |
Este segundo modelo foi aprovado e divulgado na imprensa municipal e depois estadual.
Bom, apesar da excelente acolhida por parte da administração municipal e imprensa, a proposta não prosperou...Vontade sei que havia por parte do prefeito, Seu Jauri era grande admirador e divulgador do meu trabalho, porém não conseguiu êxito na reeleição e a escultura não "levantou vôo".
O projeto foi apresentado três vezes para a antiga administração: 2002, 2003 e 2004(tenho as cópias guardadas) e depois a 4ª vez(em 2005) levei para a nova administração, do prefeito Aguinaldo Caetano Martins(vide mais abaixo).
Projetos entregues nas seguintes datas: 1º) Abril de 2002 2º) Abril de 2003 3º) Abril de 2004 4ª) Agosto de 2005 |
3º) O terceiro modelo de Sepé que fiz, foi em 2005:
Em 03 de agosto de 2005, com o projeto embaixo do braço, procurei o então prefeito, sr. Aguinaldo Caetano Martins para explicar a importância de Sepé Tiaraju para São Luiz Gonzaga. Exaltei com todos argumentos possíveis, alertando que perderíamos Sepé, caso não fizéssemos algo o quanto antes. Pois em 2006 seria comemorado os 250 anos da sua morte e algumas cidades estavam organizando homenagens. O Prefeito concordou, o contrato foi finalmente assinado em 30 novembro de 2005, porém, para que isso acontecesse, tive que cobrar apenas o valor de custo da escultura...
Apesar de ser apenas o valor de custo, tive que fazer um empréstimo na SALUSA(Salusa Participaões s/c), pois a prefeitura juridicamente não poderia adiantar nada.
As vezes se perde num lado e se ganha no outro: ganhei em divulgação e principalmente em satisfação!
O mais importante de tudo: cravamos uma lança no chão determinando que o Sepé mito, era filho da nossa terra de São Luiz Gonzaga.
Nesta versão, modifiquei a posição da lança e fiz a maquete um pouco estilizada, para exaltar a figura do Mito e não do Histórico, pois fui "desaconselhado" a fazer a escultura do Sepé, diziam que Sepé era lenda e folclore(veja mais abaixo sobre isso). Então me veio a ideia de exaltar o Sepé mito.
Fiz com vestes primitivas, primeiro para evocar a força de seus antepassados naquele difícil período da Guerra Guaranítica, representando a mescla de sentimentos vividos na época:
1º) a sensação de impotência diante ao Tratado de Madrid;
2º) a decepção pela traição do rei da Espanha em assinar o tratado;
3º) o abandono oficial dos Sete Povos orientais pela própria ordem Jesuítica;
4º) a falta da união entre os 30 povos missioneiros...
Por isso fiz Sepé quase pelado, para representar que na verdade não tinha muita coisa, restaram a resistência e a defesa do seu lar.
Em segundo lugar, fiz com vestimentas primitivas, para diferenciar da bonita escultura do Sepé histórico existente no pórtico da cidade de São Miguel das Missões-RS, com vestimenta militar, botas, espada e tudo... Localizada no trevo de acesso da cidade, perto da BR 285. Obra do grande escultor Tadeu Martins.
Nesta minha terceira versão é a primeira vez que a lança está apontada para baixo. Em primeiro plano, dei ênfase propositadamente à Cruz cristã. Há toda uma explicação para isso.
"A Cruz acima da Lança" é o subtítulo da obra. Significa que Sepé não buscava a guerra e sim a paz(vide final postagem para entender).
Iniciei a obra em dezembro de 2005 e terminei em março de 2006. Sendo inaugurada em bonita cerimônia(veja fotos abaixo) no dia 19 abril de 2006(dia do Índio).
Foto Bila Trauer, local: Trevo principal São Luiz Gonzaga-RS |
Matérias estaduais referente a inauguração:
A imprensa estadual sempre divulgou nosso Sepé |
Retirada da escultura do trevo principal. |
Chegada da escultura em seu novo local: frente Prefeitura SLG, com Cássius Ribeiro. |
Já em novo e definitivo local, a administração confeccionou um pedestal e placa de aço com informações(vide abaixo).
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Abaixo algumas das perguntas que me fazem sobre a escultura do Sepé:
1ª)De onde tirei a ideia do braço levantado do Sepé que fiz?
Eu gravo na minha memória, imagens, cenas, posições das pessoas no cotidiano...
Isso desde criança até hoje. Antes eu não entendia o motivo, hoje sei.
Na minha infância, aos 10 anos de idade em 1978, assistindo jogo seleção Brasileira copa da Argentina, Brasil x Suécia, vi o golaço do Reinaldo(lenda do Atlético Mineiro), me chamou a atenção a maneira diferente de comemoração, com punho levantado e com tanta energia represada, claro que na época não entendia porém aquilo me encantava. Depois vi varias vezes ele comemorando assim(Canal 100 no cinema Cine Lux, antes da exibição dos filmes), era diferente do Sócrates que também teve época que comemorou com o punho levantado como sinal de protesto, só que a do Reinaldo era diferente, a do Dr. Sócrates era uma mensagem de protesto contra os cartolas do futebol e também contra os rumos da política daquela época. A comemoração do Reinaldo era como uma alegria infantil contida momentaneamente.
Então fiquei com aquela imagem na memória, como tantas outras imagens de gestos e expressões que vi e ainda hoje vejo no dia a dia. Quando posso fotografo, recorto, salvo, porém a maioria guardo mentalmente. Muitas dessas imagens serviram e ainda servem de inspiração para minhas esculturas.
Lembrei dessa imagem no momento que estava fazendo os primeiros esboços do Sepé, em dezembro 2001.
Reinaldo e o punho levantado... Diferente da mensagem de protesto dos panteras negras ou do dr. Sócrates, Reinaldo passou pra mim uma alegria contida, controlada, prestes a explodir. |
Veja o que o jornalista José Grisólia Filho disse sobre essa posição da mão: |
2ª)Por que fiz Sepé estilizado e não real?
Porque quando fui buscar informações sobre o Sepé em dezembro de 2001(naquela época eu não tinha tanto acesso à internet), pensei logo no melhor local para isso que é o Instituto Histórico São-Luizense.
Lá chegando reencontrei minha antiga profª de estudos missioneiros, a saudosa professora Ana Olívia do Nascimento(falecida em 2023), uma referência histórica no estado RS. Falei para ela a intenção do prefeito Jauri em fazer a escultura do Sepé e precisava de informações históricas. A professora Ana sempre foi franca e honesta comigo e a todos os que ali iam buscar informações. Ela não era adepta da homenagem e nem do Sepé, achava Sepé um mito, um exagero. Desde o início ela deixou isso claro e sempre a admirei pela grandeza de falar as coisas pela frente. Eu compreendi as razões dela e respeitei, confesso que após nossa conversa resolvi exaltar a figura do Sepé mito e não do histórico. Então surgiu a figura do Sepé super estilizado e outros modelos como citei acima...
Com o tempo a professora Ana Olívia foi mudando a sua opinião com relação ao Sepé, não digo que eu fui o responsável por isso, porém acho que ajudei um pouco, veja o vídeo abaixo, nas palavras dela, quando recebia a Comenda Sepé Tiaraju com a medalha que criei, no evento no Paço Municipal Sepé Tiaraju(nome que também ajudei a denominar).
Ana Olívia do Nascimento, professora e historiadora a Alma do Instituto Histórico de SLG, recebendo do prefeito Sidney Brondani a Comenda Sepé Tiaraju na edição do ano de 2018. |
A comunidade cultural de São Luiz ficou muito abalada com a partida repentina da professora Ana, ela era um dínamo, uma bateria gigantesca que impulsionava e continuará impulsionando o seu tão amado Instituto Histórico e Geográfico São-luizense.
3ª)Por que fiz Sepé segurando a cruz cristã e não a missioneira?
Me perguntaram isso e esclareço que fiz ele segurando a cruz cristã(apesar de eu ter feito totalmente estilizada) pois Sepé era cristão, assim como seus pais e avós, eram guaranis cristianizados já de gerações. Inclusive ele tinha uma cruz consigo quando foi morto três dias antes da batalha de Caiboaté em 07 fevereiro 1756(local onde hoje é o município de São Gabriel-RS).
A cruz que atualmente chamamos Missioneira, na verdade chama-se Cruz de Caravaca, e é originária da cidade de Caravaca, região da Múrcia, Espanha; não era um símbolo oficial da igreja e nem da ordem Jesuítica. Alguns padres que vieram daquela região reproduziram ela aqui, desenhavam ela em documentos, mapas e até esculpiram em pedra(como a que está em São Miguel das Missões). Não sei dizer por qual motivo esses padres faziam isso, talvez como saudosismo de sua terra ou outro motivo que desconheço, o fato é que não era um símbolo comumente usado. Diferentemente dos dias atuais que sim representa a região das Missões.
Da minha parte quis exaltar que Sepé não buscava a guerra, defendia seu lar, de que apesar de ser cristão, não defendia a ordem Jesuítica ou a igreja católica, longe disso, defendia sim a sua gente e o direito adquirido a viver nessas terras que já eram originárias dos guaranis e não bastando isso pagaram por mais de cem anos altos impostos à coroa da Espanha para permanecerem aqui como reduções.
Por isso a cruz cristã acima da lança! Como um símbolo de paz, ele queria a paz, o diálogo, porém a lança firme estava a postos, era um direito seu a defesa.
Eu usei o simbolismo original da cruz cristã(que é muito anterior à igreja católica) que é do sacrifício voluntário: Onde o grão é sacrificado para que nasça a semente.
Os guaranis eram místicos, religiosos, muito antes de conhecerem os jesuítas, vide sua busca milenar pela Terra sem Males, foi precisamente essa atração pelo ritual, pela liturgia que eles permaneceram juntos com a ordem jesuítica. A Arte pode ter sido o primeiro contato da ordem jesuítica para atrair os guaranis primitivos, porém pra mim, foi a liturgia que manteve eles até o fim, basta ler o diário de guerra do padre Tadeu Henis, para compreender isso.
Sepé, respeitava a cruz cristã como símbolo máximo da fé ao qual ele pertencia. A sua luta, assim como todos os demais guaranis que participaram da resistência diante ao Tratado de Madrid era em defesa do seu lar e não precisamente da ordem jesuítica e muito menos da igreja católica. Isso parece ser paradoxal, mas precisamente é aí que se encontra toda a resposta pelo fato da Guerra Guaranitica ter ocorrido. Eu já escrevo sobre isso neste meu blog, faz anos, mais de década: os reis não estavam trocando terrenos quando assinaram o tratado de Madrid, não queriam trocar as missões Orientais(região Missioneira atual RS) pela Colônia do Sacramento(Uruguay), estavam sendo induzidos por mãos ocultas a eliminar a Ordem Jesuítica e o medo que aqui poderia nascer, não apenas uma nova nação, mas sim uma nova religião, cristã porém livre de Roma.
A ordem Jesuíta tinha muitos desafetos dentro da própria igreja Católica, não sei os motivos verdadeiros se era medo, ciúmes, porém sinto(não tenho documentos ainda, para provar), que tinha uma mão sinistra manipulando os dois reis para a eliminação dos jesuítas. O motivo verdadeiro do tratado de Madrid não era a troca de terrenos, mas sim eliminar a ordem Jesuítica e os Guaranis que estavam no meio de tudo isso pagaram o preço com a vida. Após a Ordem jesuítica surgir ela rapidamente alçou grau de destaque entre as demais pela disciplina e inteligência, contrapondo uma famosa e antiga ordem que era então detentora desse título, porém esteve envolvida ferrenhamente com a inquisição e foi perdendo seu prestígio devido a muitas acusações de crimes bárbaros. Eu sinto que a raiz do Tratado de Madrid está precisamente nesta gangorra de vitrine das ordens religiosas da igreja católica daquela época.
Se fosse só uma troca de terrenos, seria muito simples, bastaria trocar os jesuítas espanhóis dos Sete Povos orientais por jesuítas portugueses e que as reduções seguissem seu curso de prosperidade, sem necessidade da expulsão das pessoas que aqui nas reduções viviam em harmonia.
Porém não era isso, tinha muito caroço no angú e os missioneiros ,atônitos, pagaram o preço com a vida.
Veja o poema que fiz sobre isso em 2007:
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Os Defensores de Sepé:
Nós do Atelier de Artes Los Libres, criamos em 2009 um grupo denominado Defensores de Sepé(vide foto abaixo), onde organizamos várias ações para consolidar Sepé em São Luiz Gonzaga.
O Paço Sepé Tiaraju:
Uma dessas ações foi a de denominar o prédio da Prefeitura da cidade com o nome de "Palácio Sepé Tiaraju". Realmente não foi fácil, apesar de ser algo simples e sem custos para a administração. A ideia partiu do amigo, saudoso José Renato Moura. A pedido dele, discreto como sempre, não divulgamos que a ideia era sua. Havia outros motivos também para isso... O fato é que através do Atelier Los Libres, encaminhamos o ofício para a administração da época, porém não obtivemos êxito. Na verdade não obtivemos nenhuma resposta. Veja aqui a novela e saiba quem foram as pessoas que ajudaram a realizar essa homenagem:
http://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2015/12/abrindo-o-paco.html
No final deu tudo certo e foi aprovado por lei a ideia do José Renato e o prédio oficial da prefeitura passou a se chamar não palácio e sim "Paço Municipal Sepé Tiaraju". Concordamos com a sugestão do então prefeito Junaro Rambo Figueiredo de trocar palácio por Paço, no fundo significam a mesma coisa, porém evita a flauta dos gaiatos de plantão que nada entendem, nada fazem de bom e tudo criticam.
Jornal A Notícia 15 dez 2015 |
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Qual diferença do Sepé mito x histórico?
No histórico ele está com as vestes militares usadas na época pelo contingente guarani, casaca, calça, bota, dragonas e outras coisas. No mito há (graças a Deus) a liberdade artística de cada um. No meu caso quis salientar que Sepé buscou nas vestes dos seus antepassados a força para superar não só o forte exército português, mas também a surpresa de ter que combater o exército espanhol até então "amigo" e a dor maior do abandono de muitos padres jesuítas com relação aos sete povos orientais. Por isso fiz ele com aquela roupa ou quase sem roupa, poderia até fazer ele totalmente pelado, pois no relato do diário de guerra do padre jesuíta Tadeu Xavier Henis, ele conta que Sepé fugiu do forte de Rio Pardo a cavalo em pêlo e pelado.
Esclareço isso pois até hoje sou questionado por alguns historiadores. Como se a arte fosse subordinada às regras e normas da academia. A arte pode e é importante ter embasamento histórico, mas não é algo obrigatório. Isso é óbvio, nem precisa ser dito. No entanto toda a minha versão é com informações históricas, com artefatos realmente usados pelos guaranis porém de um período anterior às reduções. Como por exemplo:
1º) O Tembetá, osso cravado no lábio inferior do guerreiro, símbolo importantíssimo para os guaranis primitivos, de proteção espiritual e também de maturidade, que após a cristianização foi abolido pelos jesuítas. Coloquei na minha versão de Sepé sim.
Tembetá que fiz... |
Guarany(chiriguaná) com seu tembetá |
Tipos de tembetá |
O Tembetá era um símbolo importante para o guerreiro Guarani e o Cacique Oberá, o grande profeta guarani, tentou reativar esse ritual após se rebelar contra os espanhois dominantes dos anos de 1579. A história desse cacique é espetacular, para saber um pouquinho, veja aqui a postagem que fiz:
"Sepé e seus irmãos"
https://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2015/02/sepe-e-seus-irmaos.html
2º) O Tetymakuá, atado existente nas pernas e braços do guerreiro, feitos com cabelos da jovem índia após sua primeira menstruação, cortados pela avó em ritual de passagem da infância(esta explicação foi dada por cacique de aldeia guarani mbya do Paraná, programa TV Cultura).
Guarani mbya com seu tradicional atado nas pernas: Tetymakuá. Foto retirada do livro: "As Divinas Palavras Guarani Mbya" do antropólogo Aldo Litaiff |
Quem quiser saber mais informações sobre Tetymakuá, favor procurar nos livros:
"História do caminho de Peabiru" da escritora e jornalista Rosana Bond
e "As Divinas Palavras Guarani Mbya" do antropólogo Aldo Litaiff.
Há uma outra versão sobre a origem do cabelo ao qual fazem o Tetymakuá |
O antropólogo Aldo Litaiff, no seu livro "As Divinas Palavras Guarani Mbya", entrevistou o cacique Verá Mirim da aldeia guarani mbya do Sertão do Bracuí, Angra dos Reis-RJ, diz ele que é feito do cabelo da sogra e atado por ela.
Eu, com todo respeito às sogras, prefiro ficar com a versão do cacique do Paraná, ao qual ouvi a entrevista...
3º) A roupa primitiva, um pedaço de couro, com certeza foi a primeira veste antes de qualquer tecelagem.
Desenho de Diego Duarte Colman, onde os guaranis pré reduções estão reunidos. Nele dá pra ver as vestes de couro. |
A roupa que fiz, um pedaço de couro (aqui no caso, estilizado) |
4º) A boleadeira, utensílio característico dos Charruas, mas também de conhecimento e domínio dos guaranis primitivos.
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O tão sonhado Pórtico:
Como falei no início desta postagem, o sonho do pórtico vem desde 2002(veja lá no início, os 4 projetos encaminhados sem sucesso).
Participei de várias reuniões, durante anos, para tratar sobre este tema.
De 2011 pra cá, São Luiz Gonzaga perdeu no mínimo quatro verbas parlamentares para a realização do pórtico(somando com os outros projetos antigos: são 8 vezes sem sucesso). Sei de todos os motivos. Não vem ao caso citar.
Só sei que verba não aproveitada é rapidamente repassada para outro município. Enquanto perdemos, nossos vizinhos constroem lindos pórticos.
Nos últimos projetos apresentados, criei duas versões novas da escultura do Sepé. São versões mais realistas, menos estilizadas que as versões do ano 2002 a 2006.
1ª maquete (mais realista) para pórtico SLG monumento 6 metros |
2ª maquete(mais realista)para pórtico SLG monumento 6 metros |
Abaixo, uma das propostas apresentada:
Amigos que vieram ao meu socorro(gratuitamente) medir o local para então enviarmos o projeto. Angela Patias e Hevando Medeiros, irmãos de estrada. |
Repercussão imprensa:
31 outubro 2019 |
29 dezembro 2020 |
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A versão infantil que fiz do Sepé Tiaraju:
Criei em 2012 uma versão infantil do Sepé, a qual batizei de "Sepezinho o Pequeno Guerreiro". Com o objetivo de exaltar o período no qual Sepé viveu aqui em São Luiz Gonzaga e de incentivar as crianças a conhecerem a história dele. Sepé de acordo com alguns escritores(entre esses destaco o sr. Alcy Cheuiche com sua obra de 1975: Sepé Tiaraju), nasceu em São Luiz Gonzaga e viveu aqui até os seus 10 anos de idade, indo morar posteriormente em São Miguel das Missões.
Para saber mais sobre o Sepezinho: clica aqui vivente:https://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2012/02/sepezinho-o-pequeno-guerreiro.html
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O registro de direitos autorais do Sepezinho como história em quadrinhos:
Em 17 de março de 2014, junto com o desenhista, cartunista, chargista e grande amigo Sávio Moura, registramos a marca Sepezinho o Pequeno Guerreiro na versão para história em quadrinhos.
Até o momento não fizemos a revistinha. Mas logo faremos. Nela estarão as histórias da sua infância aqui em São Luiz Gonzaga. Estamos a procura de parceiros culturais que queiram abraçar essa jornada.
Quer saber mais dobre essa futura história em quadrinhos de Sepé na versão infantil? Clica aqui:
https://viniciusribeiroescultor.blogspot.com/2015/04/sepezinho-em-quadrinhos.html
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As leis homenageando Sepé Tiaraju
Comenda Sepé Tiaraju em São Luiz Gonzaga, RS lei municipal nº 2.399 de 02 de fevereiro de 2004, criada pelo prefeito visionário sr. Jauri Gomes de Oliveira. É a mais alta honraria oficial do município. Na primeira edição da Comenda Sepé Tiaraju, realizada no dia 04 dezembro 2004, foram agraciados as seguintes pessoas: Pedro Ortaça(músico), Jorge Guedes(músico), Xirú Missioneiro(músico), Márcia Bastos(pintora), Lísia di Primio(bailarina) e Vinícius Ribeiro(escultor),tive a honra de receber junto com este seleto grupo.
Modelo de certificado da Comenda Sepé Tiaraju que tive a honra de receber na sua primeira edição em 2004. |
Recebendo a Comenda Sepé Tiaraju das mãos prefeito Jauri em sua primeira edição: 04 de dezembro 2004. |
Após essa primeira edição, a Comenda Sepé Tiaraju ficou em estado de adormecimento durante 14 anos... Confesso que durante esse tempo todo tentei retornar o evento várias vezes, pois fazia parte das nossas ações em homenagem ao Sepé, porém sempre havia as questões políticas trancando a estrada. Até que em 2017 procurei a então Chefe do Setor turístico municipal(na época não havia ainda secretaria de Turismo) Rose Grings e expus a importância do evento, o que foi prontamente aceito pelo prefeito da época Sidney Brondani. A escolha dos homenageados coube ao Conselho de Turismo SLG. Naquela ocasião criei a Medalha da Comenda que até então não existia, criei e patrocinei, pela importância da comenda.
Retomada da Comenda Sepé Tiaraju ano de 2018 |
Jauri Gomes de Oliveira, criador da Comenda em 2002, recebendo do então prefeito Sidney Brondani a sua homenagem. |
Luiz Carlos Borges, músico de além fronteiras, emocionado, recebendo a comenda. |
Danci Caetano Ramos, grande poetisa e escritora (prima irmã de Jayme Caetano Braun) |
Ana Olívia do Nascimento, professora e historiadora a Alma do Instituto Histórico de SLG |
Sávio Moura, desenhista, cartunista, chargista tive a honra de entregar a Comenda, para este irmão de artes |
Márcia Bastos, pintora e professora pintura, recebeu a Comenda na primeira edição 2004, no dia, foi receber a medalha a que tinha direito e merecimento. |
Jorge Guedes, cantor e músico também foi um dos primeiros homenageados da Comenda Sepé em 2004, no evento de 2018, foi receber a medalha que merecia. |
COMENDA SEPÉ TIARAJU ANO 2019:
Em 2019 foram agraciadas as seguintes personalidades: Antônio César Pereira Jacques, o Baitaca (músico e compositor) ; Alvenir Wolski(artesã e decoradora); João Carlos Nedel(vereador de Porto Alegre-RS); José Grisolia Filho(jornalista); Luiz Carlos Martins do Amaral(médico) e Olívio Dutra(ex-governador e ministro). Evento ocorreu no Salão Arciso Ferdinando Dugatto, da Rádio São Luiz.
Comendadores de 2019 |
O músico Baitaca em seu pronunciamento. |
Alvenir Wolski artesã e fundadora do Centro de Criatividade São-Luizense |
João Carlos Nedel são luizense vereador de Porto Alegre |
José Grisólia Filho, o "seu Iso", jornalista |
Dr. Luiz Carlos do Amaral |
Governador Olívio Dutra recebendo Comenda das mãos prefeito Sidney Brondani. |
Os homenageados 2019 |
COMENDA SEPÉ TIARAJU ANO 2020:
Em 07 de fevereiro de 2020, no salão Espaço Messa(em SLG), receberam a Comenda as seguintes personalidades: Alceu Braga(político, ex-prefeito SLG); Newton Alvim(escritor e jornalista); Doné Teixeira(músico e compositor); Noé Teixeira(músico e compositor); Ivo Batista(presidente Coopatrigo); Ivone Ávila(professora); Otávio Dornelles(piloto automobilístico).
Os Comendadores de 2020 |
Alceu da Silva Braga, ex-prefeito SLG |
Doné Teixeira músico e compositor |
Ivo Batista presidente Coopatrigo |
Newton Alvim escritor, redator e jornalista |
Noé Teixeira músico e compositor |
Otávio Dornelles a lenda do automobilismo km de arrancada |
Grupo de Danças Folclóricas FÊNIX, abrilhantando a noite do evento com apresentação magistral. |
COMENDA SEPÉ TIARAJU ANO 2021:
Em 2021, devido a pandemia mundial do COVID 19, a edição daquele ano foi adiada, sendo realizada somente em 07 de dezembro do mesmo, durante a 44ª Edição da Feira do Livro de SLG(uma das feiras do livro mais antigas do estado).
Na data foram homenageadas as seguintes personalidades: João Máximo Galarce(João Cruzeira) músico tradicionalista e Érlon Péricles, músico e compositor.
João Máximo, ao centro, recebendo a Comenda Sepé Tiaraju, na Feira do Livro São Luiz Gonzaga 07 dezembro 2021. |
Apresentação de João Máximo com seus filhos. |
Erlon Péricles, músico e compositor. |
COMENDA SEPÉ TIARAJU ANO 2022:
EVENTO CANCELADO: COVID!
Na edição de 2022, foram escolhidos pelo conselho de turismo municipal as seguintes personalidades: Sônia Bressan Vieira(professora, reitora e escritora) e Mário Meira(músico e compositor). porém o evento foi cancelado devido a COVID 19
COMENDA SEPÉ TIARAJU ANO 2023:
A edição de 2023, ocorreu em 7 de fevereiro, no Salão Nobre da Prefeitura São Luiz Gonzaga-RS. Sendo retomada a sequência de homenageados escolhidos anteriormente pelo conselho de turismo, sendo eles: Sônia Bressan Vieira(professora, reitora e escritora) e Mário Meira(músico, compositor, ex-prefeito).
profª. Sônia Bressan Vieira |
Por motivos de saúde profª Sônia não pode estar presente e foi representada por sua irmã: Denise Bressan Werle, recebendo comenda das mãos presidente câmara vereadores Rose Grings. |
Mário Meira e sua harpa missioneira. |
Mário Meira recebendo sua comenda das mãos vice prefeito José Flach Werle(prefeito em exercício). |
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LEIS QUE HOMENAGEIAM SEPÉ:
HOMENAGEM ESTADUAL:
Lei estadual 12.366 aprovada por unanimidade pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul que declara Sepé Tiaraju como "Herói Guarani Missioneiro Rio-grandense" e foi sancionada pelo governador Germano Rigotto em 03 de Novembro de 2005. Projeto lei 5516/2005 de 28 de junho 2005, proposta do então deputado estadual Frei Sergio Görgen.
HOMENAGEM FEDERAL:
Lei federal nº 12.032/2009, que inscreve Sepé Tiaraju no "Livro dos Heróis da Pátria"
Em 26 de março, o PL nº 5.516/2005, do Deputado Marco Maia é aprovado, por unanimidade, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados e é remetido ao Senado (passa a chamar-se Projeto de Lei da Câmara nº 63/2009). Em 11 de agosto, o PLC nº 63/2009 é aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal, tendo como relator o senador Paulo Paim (PT-RS). Finalmente, no dia 21 de setembro, o Vice-Presidente da República José Alencar no exercício da Presidência, sanciona a Lei nº 12.032/2009, inscrevendo Sepé Tiaraju no "Livro de Aço" do Panteão da Pátria, como Herói da Pátria.
Panteão da Pátria-Brasília-DF Obra de Oscar Niemeyer |
Prefeitura de São Gabriel, para minha honra, usou por muitos anos em seu site oficial, a imagem de maquete(1ª versão mais realista) Sepé que fiz e divulguei no meu blog. |
cópia do nosso Sepé são-luizense não sei quem fez... |
Não sei quem é o autor... |
Inauguração em 7 fev 2015 em São Gabriel-RS |
Ir. Antônio Cecchin com cópia do nosso Sepé são-luizense. Esclareço:"não foi feita por mim!" Não sei quem fez essa miniatura. |
Antônio Cecchin- irmão da ordem dos Maristas, pra mim o maior defensor da causa do Sepé. |
2ª) A cópia em CANOAS- A segunda história de cópia, é muito parecida com a primeira, porém aconteceu em Canoas-RS.
Cabeça iniciada pelo escultor uruguaio: Pedro Saéz perfil Facebook 9/04/2016 |
escultura pela metade na horta comunitária Canoas |
Escultor Vinício Cassiano terminou a obra, final de 2020. |
3ª) A terceira história de plágio é com o jornal Pioneiro(RBS) Caxias do Sul
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