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domingo, 15 de abril de 2012

O triste fim do pai do Colosso!







Quando a comitiva da cidade de Rodes, chegou ao ateliê do  escultor Carés, da velha cidade de Lindos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lindos), sabia muito bem que ali estava alguém a altura da encomenda desejada: Um monumento colossal representando a resistência dos rodianos diante ao cerco do rei da Macedônia Demétrio.
Buscaram o escultor Carés não pelo fato de serem conterrâneos (Rodes e Lindos são duas cidades da ilha grega chamada Rhodes), mas também por saberem que ele fora discípulo de Lísipo, um dos maiores escultores que pisou este planeta.
A monumental obra representaria a resistência tenaz do povo de Rodes.
Um símbolo para enaltecer o feito de todos e preservar a história.
Eles naquele momento nem imaginavam, mas estavam entrando para a história; todos foram responsáveis pelo surgimento de uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo: “O Colosso de Rodes”.
O cerco sofrido pela cidade durou um ano e Demétrio (famoso pela violência) queria dar uma lição ao povo que não havia apoiado ele em outras batalhas e também para fazer uma limpa (saque) na rica ilha mercantil de Rodes. 
Deu com os burros nàgua, pois a população resistiu bravamente à investida, durante todo o tempo.
Rodes era uma cidade pacífica, era um centro comercial, mas soube se defender.
Depois do tratado de paz ter sido assinado, as peças de guerra dos invasores inimigos, deixadas para trás, foram amontoadas e surgiu a idéia de erigirem um monumento.
A figura escolhida foi uma homenagem ao deus Hélio, símbolo do sol e da luz, protetor da cidade. Toda população tinha veneração pelo deus Hélio.
Após contrato assinado, lá foi Cares trabalhar; usou como referência, algumas esculturas existentes do deus Hélio.
Fez desenhos, maquetes e estudos da estrutura reforçada, preparou-se para a grande obra de sua vida: de 32 metros de altura e pesando 79 toneladas!
Começou a construí-la em 304 a.C e terminou doze anos após, em 292 a.C.
 Sei de fontes que citam a ajuda do arquiteto Laccio Lindano ao escultor Carés.
A escolha da postura corporal é motivo de várias imagens diferentes.
Na minha interpretação o Colosso tinha a tocha em sua destra, penso assim de acordo com pensamento prático dos comerciantes! Além da veneração, do simbolismo representativo era também um farol: algo prático!
Fizeram a escultura oca, com escadaria interna, permitindo o acesso até o alto da mão direita onde a tocha era acessa e servia para iluminar durante a noite. Iluminava e ostentava ao mesmo tempo.
As pernas levemente abertas, quase juntas, com manto tocando o chão servindo de terceiro apoio. Alguns artistas antigos diziam que havia uma lança servindo de apoio e não o manto. Penso que Carés procurou fazer a obra de acordo com o que ele via e o que mais se faziam naquela época era colocar manto até o chão para dar mais força a estrutura( a primeira imagem postada é a minha visão de como era o colosso).
O local escolhido não foi no porto militar como dizem alguns (seria absurdo trancarem o porto durante doze anos da construção), nem nos portos comerciais (bem capaz que uma cidade comercial faria isso), mas na parte alta da cidade, com vista para o mar e próxima dos portos (os portos são todos próximos). Acharam escavações recentes com descoberta de templo do deus Hélio, local onde ficava a base de mármore do Colosso (onde hoje é uma escola).
  A estrutura deve ter dado alguma “dorzinha” de cabeça praos viventes. Tiveram que adicionar na figura um manto que tocava o chão, servindo de terceiro apoio, não comprometendo os tornozelos (sei bem o que é isso, tive essa preocupação na obra Monumento ao Payador e os reforcei)
A parte externa foi uma coisa de “lôco”, foi feita com placas de bronze e depois fixadas como num quebra cabeça, algo raro para época, foi a maneira de poder realizar a fundição, pois fundi-la por inteiro seria impossível. Só de bronze foram quinze toneladas, essas placas foram fundidas em sete fundições existentes no local (arqueólogos acharam essas fundições).
Esse método desafiador de construção de grandes obras foi aplicado bem mais tarde pelo escultor Frederic Auguste Bartholdi na sua famosa Estátua da Liberdade (outro dia falarei sobre a influência que o Colosso de Rodes tem na Estátua da Liberdade).
Foram colocadas nove toneladas de ferro para as estruturas internas e o restante do peso foi de pedras para dar estabilidade na parte inferior do corpo (cintura para baixo).
Doze anos de serviço depois a obra foi inaugurada!
Sei lá quantos ajudantes tiveram e quantos problemas solucionaram, o certo é que ela foi inaugurada, a população fez festa e toda Grécia desejava conhecer o colosso. A notícia correu e muitos povos ansiavam conhecer aquela maravilha. Assim dessa maneira foi nascendo o turismo grego e é esse mesmo turismo que mantém a Grécia em pé até hoje, nesses dias conturbados de confusa economia mundial.
Dizem que o escultor Carés não pode ver o final de sua obra. Há várias versões sobre sua morte.
A primeira é de que havia calculado mal o valor da obra, baseando num valor referente à escultura de 16 metros (ao qual ele sabia o valor), disse para a comissão que o valor de uma escultura de 32 metros apenas duplicaria o valor; o que na verdade está bem errado, pois o valor aumentaria várias vezes devido aos problemas estruturais e a quantidade de materiais. Ao se dar conta do erro suicidou-se, medo das futuras dívidas do contrato mal feito... Mas acho que isso foi uma piada de algum matemático da época.
A segunda é de que alguém tinha criticado um detalhe da obra que não ficou bem e ele caiu em depressão e se matou... Bueno, não dá pra duvidar, pois naquela época só tinha mestres da escultura pra tudo quanto é lado.  E todos aqueles mestres continuam até hoje como referencia eterna da escultura.  Imagino se a crítica veio de um desses mestres, pode ser que ele tenha entrado em parafuso mesmo...
A terceira diz que ele ficou atormentado com a dúvida se a estrutura suportaria ou não, achava que não tinha dado a estabilidade suficiente e naquela altura do campeonato não dava para voltar atrás... Quanta coisa passou na cabeça dele: vergonha diante os mestres, ridicularizado perante aos que não gostavam dele, condenação popular, etc.
Não sei como Carés de Lindos morreu, só sei que sua obra é comentada até os dias atuais.
Mesmo durando apenas 66 anos de existência, após tombar devido à forte terremoto no ano de 226 a.C, o Colosso de Rodes foi uma das grandes obras históricas da humanidade.
Após a queda, quebrou na altura dos joelhos, derrubou junto algumas casas por perto.
O rei da época e os adoradores do deus Hélio, pensaram reconstruí-lo; antes consultaram o oráculo da cidade (homem sábio, profeta e meio vidente) o mesmo desaconselhou, pois a queda era um sinal e deveria ser respeitado.
Mesmo caído o colosso passou a ser visitado por povos de toda parte. Os turistas só não batiam foto porque não haviam inventado ainda a máquina.
Ficou centenas de anos assim, muitas partes foram levadas como “lembranças” e o que restou foi vendido pelos árabes em 654 d.C a um comerciante judeu(encontro de mestres do brique). Levaram o metal restante (bronze e ferro) em caravana de 900 camelos. Fico imaginando a cena do transporte daquela “carguinha”...
Os relatos sobre a existência do Colosso de Rodes vêm dos historiadores da época, como Plínio O Velho e Filón de Bizâncio (em seu tratado “As Sete Maravilhas do Mundo”)
Há pouco tempo, em 1998 surgiu à idéia da construção de uma nova escultura, no local onde era o antigo porto militar, a princípio encabeçada pelo famoso compositor Vangelis( Evángelos Odysséas Papathanassíu) que convenceu ao prefeito de Rodes:  George Giannopoulos.
A idéia que aos poucos vinha ganhando força, atualmente encontra-se em período de "coma induzido" devido aos problemas econômicos pelos quais estão passando os gregos e toda Europa. Dificilmente a população aprovaria qualquer despesa nesse sentido... E com razão!

Apesar de que a Grécia está conseguindo sobreviver com dignidade graças aos seus monumentos e o turismo fantástico que eles continuam atraindo.
O cinto está bem apertado para a população grega, lástima que é só no povão!
Enquanto isso na outra ponta, as torneiras continuam jorrando leite com mel para os "coitados" dos banqueiros...


Mas vai esperar o quê??
Isso é o que acontece quando as nações deixam a economia verdadeira ser suplantada pela falsa economia dos políticos?
Que eu saiba política é a arte da diplomacia e da representatividade, poucos a dominam e raros ainda os que entendem de economia. Não é uma gravata que trará conhecimentos dessa área.
A área política é importantíssima, porém na sua ESFERA, desatando nós, aplacando ânimos (guerras) representando seu povo com dignidade!
Mas não deve estar coordenando tudo!  
Para a economia há os grandes mestres! Em todos os países existem; para a saúde também, para a segurança e para tantas outras coisas existem aqueles que dominam o assunto com maestria e não são ouvidos. 
São estes que precisam elaborar nossas leis!
A classe política é a única classe do mundo onde os salários são nivelados (para o alto é claro), onde muitos políticos com qualidade são igualados com a grande maioria de desqualificados e os salários são de altíssimos especialistas. 
TODOS recebem como altíssimos especialistas!
Em nenhuma outra classe ocorre isso!
E daí vem nos aplicar essa de CRISE MUNDIAL e não sei o que e blábláblá...  
E o ferro é só no nosso lombo??
As famosas "Medidas duras" é só na plebe??

Mas não percamos a esperança! 
Como diz o Gaúcho" Não vâmo se enervá por bobage"! 
Aos poucos as coisas estão melhorando!

Não seria difícil levantar fundos para a construção desta Maravilha do Mundo Antigo e fazer um novo Colosso de Rodes!
Com organização e honestidade (essas duas coisas a cidade de Rodes tem) é possível lançar uma campanha de doações voluntárias mundial. Nos mesmos moldes da construção do nosso Monumento ao Payador.
Rapidamente conseguiriam verbas e materiais!
Quem não gostaria de ter seu nome fixado como colaborador no ressurgimento da 7ª Maravilha do Mundo Antigo??

Veja aqui o excelento documentário da Discovery Channel chamado: "As Sete Maravilhas do Mundo Antigo" http://www.youtube.com/watch?v=2DIxbJPVLrs


Veja abaixo a obra de Vangelis(um dos apoiadores da construção do novo Colosso de Rodes): "Carruagens de Fogo"