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sábado, 28 de fevereiro de 2009

Homenagem de Eduardo Alves da Costa ao grande poeta Maiakóvski




 



NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!


Eduardo Alves da Costa

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A CASA DE PEDRAS e suas histórias.






 



                            Dando sequência na nossa visita a mística Timbaúva, após almoçarmos como reis, fomos visitar a fazenda Casa de Pedras de propriedade do sr. Renato Antunes, vizinho do Markito Moraes.
Essa mesma casa, serviu de capa para o livro:"Pioneiros de Bossoroca" do autor, sr. Ilvo Jorge Bertin Fialho, que conta a história da fazenda e de todas as famílias que formaram a Timbaúva e a Bossoroca; vale a pena ler, é um trabalho fenomenal de pesquisa, o autor entrevistou tudo quanto era tronco velho(pessoas mais velhas) da região, resgatando a história oral daquele povo.
Nos conta o autor em seu livro, de que a casa de pedras foi construida no ano de 1830 e serviu de quartel general aos farroupilhas que estiveram por aquelas bandas; bem antes da casa ser construida(1828), o filho do primeiro proprietário, sr.João Manoel Xavier Pedroso, foi assassinado pelos homens de Frutuoso Rivera, general e caudilho uruguayo(que estavam saqueando a região missioneira), foi estrangulado com sua própria toalha e depois enterrado por familiares naquele cerco de pedra que aparece em frente da casa(veja capa do livro). O cerco de pedras conta um pouco da história daquele local.
Na fazenda, fomos excelentemente recebidos pelo sr. Renato, seu genro e sua filha Tânia. 

Nos mostraram a casa,seus aposentos, o poço feito na laje de pedra(não sei como conseguiram cavar naquele lajedo), sua mangueiras de pedras com as paredes incrivelmentes niveladas, parecendo serem plainadas por uma grande máquina.
Dizia sr. Renato, que quando moço, não era pra qualquer jinete montar na cavalhada dentro da mangueira, qualquer descuido o tombo era certo. O chão é de pura pedra(veja as fotos). Dizia que saltavam faiscas dos cascos em contato com o piso de pedra.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Deu no New York Times






Acabo de receber o exemplar diário do meu jornal, New York Times, e constato para minha surpresa e alegria, que a notícia sobre a nossa reunião na Timbaúva, já corre mundo.
É o que dá viver num mundo interligado.

Obs: O texto está em Português por que tenho um amigo que trabalha na redação e me fez essa gentileza de publica-lo assim, a meu pedido.

CARTA DA TIMBAÚVA































Enquanto muitos dançavam ao som da Timbalada, nós do Atelier de Artes Los Libres, neste carnaval íamos em direção da Timbaúva, ouvir seus sons... Fomos participar do 1º Encontro de artistas das Missões na Timbaúva, na fazenda do amigo Markito Moraes, escultor, desenhista e apresentador de teatro de fantoches.
Há algo de místico na Timbaúva, dá para compreender por que os pais de Jayme Caetano Braun, mesmo residindo na esquina da Praça Cícero Cavalheiro na cidade de São Luiz Gonzaga, foram realizar o parto dele na Timbaúva; não era apenas por causa da parteira, dona Antônia(na qual depositavam muita confiança) ou por que estavam eles no período de férias do magistério, mas sim porque sentiram o chamado da lendária Timbaúva, para que lá viesse ao mundo aquele que seria o seu maior payador.
Há muito o que dizer sobre aqueles campos finos, que nem maçega não tem, como dizia Noel Guarany.
A hospitalidade daquele povo, fantasticamente representado pelo Markito, sua esposa e filhos, é algo marcante.
Fomos debater sobre a nossa Arte, sobre nossa história e de como mostrarmos isso ao mundo.
Redigimos a carta intitulada: "Carta da Timbaúva". Nela estão nossas metas para desenvolvermos a Arte na nossa região.
Após debatermos, fomos enfrentar a difícil missão de desmanchar uma ovelha, majestosamente assada(sem pressa) pelo Markito. 

Nesses momentos é que ficamos "refletindo" sobre a importância de uma vida mais vegetariana...Nem "toquei" na carne...
Acima estão fotos do grupo composto por: Da esq. para a direita: Markito Moraes(escultor e desenhista), Ricardo Bernardo(acadêmico de História), Irineu Queiroz(vereador de Getúlio Vargas), Sávio Moura(desenhista e cartunista), Paulo Urach(apresentador programa Missões-Rio Grande-Brasil), Cássius Ribeiro(escultor), Vanessa Escobar(pintora), Vinícius Ribeiro(escultor), Anderson Schmidt(professor de história e historiador), Orci Machado(poeta e payador). Sentados:Denise Moraes, esposa do Markito, Priscila Urach(repórter e apresentadora programa rádio), Iria Maria Jung(pintora e professora de artes), Arno Schleder(pintor e desenhista).
Nas outras fotos, fiz uns wallpapers campeiros para os interessados, com imagens da fazenda.
Obs: Na foto onde aparecem aquelas inocentes criaturinhas, chamadas guardiões da fazenda do Markito, não se iludam, pois são armas químicas poderosas:Peidorreiros produtores de butano concentrado!

Tivemos que apressar a reunião e proibir qualquer fumante de entrar no galpão. Suportávamos com muito bom humor, pois nós é que éramos os invasores.
Mas quem imaginaria que aqueles bichinhos tivessem tanta potência.
Estavam, como se diz popularmente: "Com todo o gás".

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Programa Missões-Rio Grande-Brasil















 


Nós do Atelier de Artes Los Libres, participamos, ontem, dia 21 de fevereiro de 2009, do programa: "Missões, Rio Grande, Brasil" na cidade de Bossoroca, via rádio São Luiz.
Programa muito bem apresentado por Paulo Urach e sua filha Priscila Urach, no galpão situado nos fundos de sua casa.

Realizado todos os sábados, há mais de 22 anos. 
São entrevistas, notícias e entretenimento.
Um dos atrativos do programa, além das incríveis histórias de abduções e arrancadas sozinhas de seu Chevette(que já foi tema de um livro seu e que ele jura ser tudo verdade...), há a presença do galo despertador Outobrino, figura importantíssima no programa, pois canta a toda hora. 
As vezes, como ocorreu ontem, acontece da esposa dele a Decembrina, discutir com ele lá de fora do galpão(coisas da rotina do casal) e ele começa a retrucar atrapalhando todo o programa, sendo convidado a sair(expulso) e vai lá pro pátio terminar de "discutir a relação". 
Após a entrevista, nos dirigimos para a fazenda do nosso amigo Markito Moraes onde participamos de uma reunião sobre arte, história e turismo intitulada:"Carta da Timbaúva". 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

30 de Maio de 2009!!! Agora é oficial!










A Comissão Organizadora da construção da estátua em homenagem ao poeta e payador Jayme Caetano Braun, reuniu-se, pela parte da manhã de hoje dia 10 de Fevereiro de 2009, no gabinete do prefeito Vicente Diel, na oportunidade representado pelo prefeito em exercício sr. Mário Meira, para oficializar a data de inauguração do monumento.
A data escolhida pela comissão foi a de 30 de Maio de 2009, sábado a partir das 14hs. 
A data foi selecionada por dois motivos: 
1º) Abrilhantar as festividades comemorativas a Semana do nosso Município, que se realizará nas datas de 27 de Maio a 03 de Junho do corrente ano; e 
2º) Para que seja possível a construção e a secagem da base ou pedestal, que ficou,voluntariamente, sob responsábilidade da Prefeitura de São Luiz Gonzaga, onde será fixada a estátua.
A comissão é composta pelas seguintes entidades: 
Casa do Poeta-SLG, Jornal A Notícia, CTG Galpão de Estância, Prefeitura de São Luiz Gonzaga e Atelier de Artes Los Libres.
Na foto acima(tirada pela reporter Pâmela Moraes da rádio Missioneira-SLG), numeradas tal qual em time de futebol, as seguintes pessoas:
1)arq.Maurício Caíno -sec. de planejamento
2)Jornalista José Grisólia Filho-Jornal A Notícia
3)Vânia Maria Coimbra-Casa do Poeta-SLG
4)Ivo José Bieger-CTG Galpão de Estância
5)Vereador Sidney Brondani-um dos patrocinadores do monumento
6)Vereador José Caetano Braga- parente do homenageado
7)Shirley Ferrari-CTG Galpão de Estância
8)Prefeito em exercício, sr. Mário Meira
9)Vinícius Ribeiro- Atelier de Artes Los Libres
10)Ruceli Teixeira-CTG Galpão de Estância
11)Arno Schleder- Atelier de Artes Los Libres


Marque na sua agenda essa data: 30 de Maio de 2009, sábado a partir das 14hs e venha para as Missões, venha para São Luiz Gonzaga visitar-nos!
Estaremos esperando sua presença!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Cruz acima da Lança! Homenagem aos 253 anos de morte de Sepé!


























Sepé Tiarajú
O símbolo maior da resistência jesuítico-guarany!
A 253 anos atrás, nas margens da sanga da Bica, afluente do rio Vacacaí, nos campos da antiga localidade chamada Batovi(hoje município de São Gabriel, RS),morria Sepé.
Nascido na velha e lendária São Luiz Gonzaga, filho do cacique Tiarajú; órfão aos dez anos(seus pais morreram de escarlatina) foi levado para São Miguel pelo padre Miguel de Souto e especialmente educado(cumprindo fielmente a promessa que o padre fizera aos pais de Sepé, no leito de morte).
Homem feito, tornou-se guerreiro pela necessidade de defender seu lar e morreu tentando combater o famigerado e obscuro Tratado de Madri
Há muita coisa medonha nesse tétrico tratado...
Dia chegará a que, nossos tenazes historiadores, cavando tipo arqueólogos determinados, encontrarão as raízes desse tratado... 
E com surpresa verão que por detrás das “mãozinhas“ dos soberanos, estavam dedos com anéis sagrados(leia o poema acima junto da foto).
Nessas situações onde o homem se faz guerreiro para defender seu lar, ficam marcas profundas... 
As marcas daquele gesto ficaram vibrando até os nossos dias.
Hoje quem caminha pelo chão das Missões, mesmo sem ser sensitivo, sente essa energia latente na alma da nossa gente.
Visite São Luiz Gonzaga! Conheça as Missões!

As fotos acima são referentes a estátua existente no trevo de São Luiz Gonzaga.
Inaugurada em 19 de abril de 2006, nos 250 anos de sua morte .