Que força tem um poeta?
Qual importância para seu povo, sua época?
Dizem os governantes que é muita!
Pois um poeta movimenta multidões...
Foram eles, na velha rádio de Leningrado, mais importantes do que o pão, naqueles trágicos dias no cerco da 2ª Guerra.
O Pajador, é o poeta do improviso; aquele que em décimas inspiradas, ao som da milonga, filosofa opinando sobre a vida e sua estrada.
Qual a importância daquele que versa sobre sua terra, mostrando ela, aos seus e ao mundo?
De quem viu a vida na sua raiz emotiva, exaltando belezas, façanhas, sem esconder as chagas, as feridas?
Quantos somos nós, hoje, os admiradores desse mestre que partiu e que no dia do seu aniversário prestaremos homenagens?
E amanhã quantos seremos??
Bastará nossos fachos de memórias, dispersados pelo mundo, para mantermos vivo esse grande Luzeiro?
Quem serão as Referências no amanhã, quando de avivarmos o braseiro, esquecermos?
Não é preciso ser profeta para prever...
Quando os faróis centenários são apagados pelo esquecimento, quando as nobres referências desaparecerem, tudo será nivelado por baixo; o plágio de hoje, será a referência de amanhã.
O nocivo terá ares de virtude e esta será desacreditada.
O nocivo terá ares de virtude e esta será desacreditada.
O ladino, o falcatrua será reverenciado mais que o cientista salvador de vidas ou o emotivo artista.
Onde estão os Memoriais contando, passo a passo, a vida desse Mestre da Poesia?
Me sinto culpado por ainda não termos feito aqui em São Luiz Gonzaga...Mas no nosso passo, vamos fazê-lo!
E quem se responsabilizará em Porto Alegre? Sua capital tão amada?
Que timidamente lhe prestou poucas homenagens.
O título de cidadão porto-alegrense, em vida lhe foi negado.
Que timidamente lhe prestou poucas homenagens.
O título de cidadão porto-alegrense, em vida lhe foi negado.
Em Porto Alegre, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, fiz uma estátua de concreto, com dois metros, em sua homenagem.
Fiz a obra com a mão levemente esticada, como que gesticulando ao fazer suas "pajadas"(improvisando seus versos), sugestão do sr. Elói Guimarães(vereador POA), patrocinador cultural da única escultura do Jayme em Porto Alegre.
Poucos porto-alegrenses sabem da existência dela, acho que apenas um ou dois por cento.
Talvez esse desconhecimento seja pelo fato do local ser muito afastado. Constatamos com o passar do tempo, que o local não é dos melhores(vide foto).
Sugeri mudanças, acredito que logo ela será colocada em local mais apropriado, à altura do homenageado ou quem sabe fazer uma excelente revitalização onde está.
Foi no dia da inauguração desta estátua, que decidi fazer algo maior na sua São Luiz Gonzaga.
Confesso que foi por vergonha, pois ao ser questionado pelos tradicionalistas presentes(pergunta do seu Paixão Cortes) sobre o que São Luiz e as Missões fizeram para homenagear o Jayme, não falei a verdade...
Após isso retornei a São Luiz Gonzaga e comecei a campanha para a construção de uma homenagem a altura dele, o que culminou na construção do Monumento ao Payador, de seis metros de altura.
As estátuas, os monumentos, são para os poucos, uma honraria àqueles que acrescentaram algo de bom neste mundo e são os Memoriais(com seus arquivos e informações) os responsáveis para manter viva as raízes, eternamente.
É para lá que se dirigirão os que perderam o rumo.
Pois lá encontrarão tudo sobre a obra, a vida e pensamentos do homenageado.
Fico pensando sobre o título desta postagem:
“Se o Jayme Caetano Braun tivesse morado em Canela ou Gramado?”
Será que na terra do turismo organizado, esse símbolo do Rio Grande teria outro tipo de tratamento?
Não sei o que fariam, mas uma coisa tenho certeza: não perderiam essa riquíssima fonte de cultura!
Acredito que no dia 30 de Janeiro, a data do seu aniversário, não seria apenas um dia a mais no calendário...
Qual sua opinião?
“ O turismo Cultural é o mais nobre de todos, pois repartir cultura é Unir os Povos!”
Vinícius Ribeiro.
Um comentário:
Amigo escultor e poeta Vinícius: Difícil imaginar como reagiriam as autoridades se o "Payador missioneiro" tivesse nascido ou residido em Gramado ou Canela. É possível, considerando o nível cultural dos que colonizaram as duas cidades, que o tratamento fosse bem diferente. Sinceramente, não dá para acreditar que a estátua do poeta, após mais de um ano da inauguração, ainda esteja às escuras. Que lástima! Que desconsideração com o homenageado e com o autor da obra! No mais um baita abraço. Genuíno.
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