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domingo, 1 de março de 2009
Detalhes desconhecidos de uma obra
Esclarecimento aos patrocinadores, colaboradores e amigos em geral.
Peço que não vejam essas explicações como desabafo, mas sim como extremamente necessárias.
O desafio de fazer uma obra grande não está apenas na sua complexidade estrutural, mas principalmente em calcular seus custos.
Quando apresentei o projeto referente à construção do monumento em homenagem ao poeta Jayme Caetano Braun(de seis metros de altura em concreto armado), calculei os valores de acordo com o que já tinha realizado de obras com dois metros de altura.
Simplesmente calculei três vezes mais; ledo engano, pois uma obra de dois metros possui uma estrutura simplificada perto de um monumento de seis metros, que apresenta estrutura reforçada devido ao seu futuro translado com guindaste(do local onde estou construindo até o local de destino).
As obras tiveram início graças ao show realizado pelos nossos músicos missioneiros e que doaram o valor do cachê; até então a única renda que tínhamos em caixa era o valor de R$30,00(trinta reais), vindos do 1º colaborador Sr. Sávio Moura.
Com o auxílio de R$5.000,00 do show, comprei equipamentos que até a data não usava, foram maquinários e ferramentas indispensáveis e que não possuía até então, tais como: betoneira, máquina para corte de concreto, máquina para esmerilhar concreto, furadeira de impacto, ferramentas e acessórios gerais.
Devido à necessidade de uma estrutura mais reforçada, não poupei material na obra, a quantidade de ferros utilizada foi o dobro sugerida pelos engenheiros que voluntariamente me assessoraram.
Nas pernas da escultura, ao invés de seis, coloquei treze barras de ferro de construção de meia polegada em cada perna(tudo com orientação dos engenheiros); a quantidade de cimento que uso é três vezes superior ao concreto comum(sob orientação do fabricante).
Como despesa adicional que não havia sido calculada, até o presente momento, já comprei trinta discos de corte de concreto, ao valor de quase R$15,00 cada. Já utilizei quase 300 metros de tela de viveiro de R$6,00 cada metro.
O projeto inicial, apesar de eu doar meu valor artístico, contemplava uma ajuda de custo de um salário mínimo para os auxiliares(meu irmão Cássius e meu cunhado Clênio). Mas isso nunca ocorreu, o máximo pago a eles foi de R$250,00 para cada um durante dez meses, após isso deixei de pedir ajuda, sigo sozinho, pois não poderia garantir o pagamento deles sem comprometer o restante necessário para a conclusão da obra.
Sei muito bem que por amizade eles continuariam(pois foi por isso que entraram), mas seria exploração da minha parte aceitar...
O restante para a conclusão da obra que falo é referente aos acabamentos e principalmente à confecção das placas de aço: com histórico do homenageado, informações sobre nosso município e agradecimento aos patrocinadores.
Hoje o que temos em caixa é a quantia de R$ 850,00.
Uma quantidade razoável de patrocinadores e colaboradores participaram dessa campanha com produtos ao invés de dinheiro propriamente dito. Foram ajudas importantes vindas em forma de material, como areia, ferro, cimento, telas e vales em supermercados. Isso demonstra a compreensão das pessoas em relação ao benefício que essa homenagem trará ao nosso turismo artístico e cultural e de que cada um ajuda como pode.
Preciso esclarecer sobre a doação que fiz do valor artístico da obra:
A princípio seria essa maneira: retiraria um salário mínimo mensal das doações para meu sustento. Esse seria o meu limite de ajuda!
Seria semelhante a um músico que se apresentasse aos turistas toda tarde, ganhando uma ajuda de custo de um salário mínimo por mês.
Ou um médico atendendo os pacientes, pelo período da tarde, recebendo uma ajuda de custo de um salário mínimo.
Porém isso não está sendo possível.
No "papel" é uma coisa na "prática" é outra...
Para me manter financeiramente continuo realizando meus trabalhos:estatuetas, troféus e outros...
Faço essas explicações jamais como reclamação(longe disso) mas sim por questões de transparência. E também para esclarecer o por quê na demora do término do monumento!
Sei que a minha recompensa não será financeira e sim em forma de divulgação.
Acredito no turismo histórico, artístico e cultural como a nossa melhor alternativa.
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Um comentário:
Me sensibiliza a "prestação de contas" feita pelo amigo, não me surpreende sua abnegação, profissionalismo, competência e amor à arte. Eu sei que já temos em São Luiz Gonzaga um dos maiores escultores do Rio Grande do Sul, em breve do Brasil, mas deixo para aqueles que não conhecem o Vinicius o testemunho de que se trata de pessoa do mais alto gabarito. Vou parar antes que surjam as lágrimas(hehe), parabéns e um abraço ao nobre diplomata.
Andmaster.
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