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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Uma praça pro poeta!

Recebi do amigo, advogado Silvio Moraes, o poema abaixo reproduzido.
Grácias amigo Lagarto pelas tuas palavras.
Tu é o segundo a me chamar de gênio, o 1º foi meu pai;
Há muito tempo, eu, na tentativa de dar mais "potência" ao nosso antigo som CCE ( na curiosidade da puberdade) dei uma "mexidinha" nos botões de trás do aparelho e no meio da fumaceira chegou meu pai e disse a solene frase:
"Parabéns Gênio, conseguiste queimar o som!"



JAYME E VINICIUS FILHOS GÊNIOS DESSA TERRA!!
O payador missioneiro
Vivenciou muitas paradas
Escapou de tiro e facada
Cruzou o Uruguai a nado
Se evadindo de um bochincho
Se bandeou pra outros lados
Peleando contra o tempo Misterioso e impenetrável
entrou pra imortalidade
Num outro plano imutável
Ah! Que saudades eu tenho
dos tempos que ele tropeava
Quando aos sábados me sentava
Nas manhas de frio da infância
Escutando na Guaíba
o Brasil grande do sul
E num fogão rumbeando o cheiro
Me esquecia do churrasco
saboreando um carreteiro.
Igual ao tio Anastácio
negro velho já tordilho
O Jayme se fez caudilho
Pra defender este pago
Por isso merece o afago que o Vinicius dedicou
A obra desse escultor genial e comprometido
É um tributo merecido
E se a terra que lhe gerou já tinha lhe esquecido
Jayme nunca esqueceu o velho chão colorado
Por aqui te prometeram
Memorial e distinção
Mas nem mesmo um galpão
Ergueram em tua homenagem
Não fosse a genialidade
Do Vinicius escultor
Nada ficava pra ti,
igual a um guri de fora
criado no desamor,
Talvez na genialidade
que também lhe é comum
o Vinicius viu te longe a ingratidão do teu povo
e te trazendo de novo, te edificou na paisagem
com esta tua alma campeira,as crinas da cabeleira
daquela indiada selvagem
imortalizando o imortal o escultor nos redimiu
e assim redefiniu
quem é o maior desse terra.
Agora com a obra pronta Tem muito pai pra criança
Tem gente dando palpite Tem gente ditando moda
mas muito me incomoda ver essa bela homenagem sendo tao mal avaliada
e assim sendo colocada em local inapropriado
merecia o escultor e o payador barbaresco um local mais refinado
um memorial acabado rendendo o justo tributo
por que jogar lá no trevo, como quem quer se livrar
não é forma de homenagear quem tem se der cultuado
quem gritou aos quatro ventos o velho chão colorado.
Jayme “Olha no espaço e veja,
na brasa que o céu destapa,a tua terra farrapa
fruto do teu falquejo,
- o berço altivo do andejo
que encarava o sol de frente;
a gente da tua gente,
a cepa - o tronco a raiz,
posta perante o País,
na condição de indigente!
São Luiz deve esse tributo ao Jayme e ao Vinicius o artista da escultura
Dois tauras da arte pura Dois nomes de tradição
Por isso a indignação de quem assiste de fora
Não se pode jogar fora a grande oportunidade
Chegou a hora da cidade reconhecer tanto talento
E não é qualquer relento que merece essa escultura
E hora da prefeitura e das empresas da terra
Mostrarem que que eles são nossos e merecem desse povo
Uma praça com a homenagem
Tu que foi barbaresco em peleias e passagens
Que guerreou de lança em punho que cantou o nosso chão
Que a mostrou a alma gaúcha pura
Imortalizada na tua literatura
Quero ver tu se livrar de tão grande ingratidão
Não merecer deste povo nem mesmo uma distinção
Tantos anos de tua morte Não te reservam outra sorte
Um túmulo sem inscrição e um cemitério esquecido
num canto irreconhecido É o tributo do teu povo.
Aqueles que não entendem,
nossa base de estrutura,
ou não leram a escritura
de onde os gaúchos descendem,
os que compram e que vendem
sem respeitar a legenda,
os do encobre e do remenda,
do esbulho e do desmande,
não sabem que este Rio Grande
não é uma sucata à venda!
O trevo não é lugar de se homenagear esses filhos
Como diria Jayme o lugar destinado é um Cemitério de campanha,
Rebanho negro de cruzes Onde à noite estranhas luzes
Fogoneiam tristemente Até o próprio gado sente
No teu mistério profundo Que és um pedaço de mundo
Noutro mundo diferente, não sejamos indiferentes o trevo não é lugar
Eles merecem mais , merecem um memorial
Destacando suas obras que destaca o imortal
Uma praça só pra eles é o merecido final.
Vinicius Jayme Vinicius
Deus abençoou este pago
E talvez no sabor do amargo
Que sorvia todo dia
A essência da criatura
Foi passada ao criador
Vinicius fez com amor
A imagem do pajador
Destacar tão bela obra destacando o imortal
Uma praça só pra eles é o merecido final.

Na foto abaixo Silvio está na praia, lagarteando...





2 comentários:

José Alberto Klitzke disse...

Parabéns pela homenagem, JUSTA e EMOCIONANTE ! Eles merecem.

José Alberto

José Renato Moura disse...

Ê Lagarto véio! Eu assino embaixo.